Pedra,
no dia de hoje sou um homem
de pedra, estátua de bronze,
João Caetano na eternidade
que cobre a praça Tiradentes... incorporando para sempre...
um centurião romano, um pajé, Araribóia atirando flechas
para todos os pontos cardeais
da cidade perfumada
pelas polacas francesas
A louca Lapa,
o lindo navio arrastado
pelas fumaças da planta,
pelas movimentos da boca,
pelos degraus decorados
pelo mago Selarón
No décimo sétimo andar
da rua da Imperatriz,
eu, o Imperador das trovoadas, fertilizo meus neurônios, fertilizo teus neurônios,
teu largo ventre,
o rasgo que há entre os edifícios
que me permitem ver um fragmento da baia da Guanabara
Só o mastro do poema
para arrancar de mim a angustia,
o gosto desgastado dos dentes,
o chorume de todos esses quartéis
E o que não é história,
continuará não sendo história,
e o que é visagem,
continuará permitindo...
que as vidas se encontrem
longe e perto das passarelas
E o medo que tenho,
e o medo que não tenho,
e a solução de água e nanquim
se espalha no clarão do céu
dos subterrâneos que carrego
( edu planchêz )
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