terça-feira, 29 de julho de 2014
Cratéra muito antiga
Falha na pedra,
cratéra muito antiga,
corredeira junto a restinga,
beira de areia,
coleção de praias
Minha terça-feira, se inicia caminhando sobre a língua
que nos leva a outra margem,
sobre os seios da deusa lua,
nas calibragens das horas
Melodias me partem
em Praças Secas,
Jacarepaguás e Madureiras;
praças Tiradentes,
rua do Riachuelo, Senado,
avenida Rio Branco, rua da Lapa...
E vou acordando, dormindo,
movendo o alvorecer,
o que as manhãs do Rio de Janeiro
despejam em nossos olhos
nada fixos
( edu planchêz )
sábado, 26 de julho de 2014
FIDELIDADE
Luiza e Luiza
Edu e Edu
Luiza e Edu
Edu e o Mundo
Luiza e o Mundo
Assim que tem que ser,
nem uma virgula...
a acrescentar, desse jeito,
as vidas caminham,
os seres se encontram,
para o conforto,
para o carnaval
A maior idade é alcançada,
não mais relâmpagos,
não mais patologias emocionais
O homem e a mulher,
a mulher, o homem
A soma, o multiplicar,
o dividir
Luiza e Luiza
Edu e Edu
Luiza e Edu
Edu e o Mundo
Luiza e o Mundo
A fidelidade pela fidelidade,
a entrega pela entrega,
nada a perguntar,
absoluta confiança
diante de todos os riscos, assim reza a poesia
que eu e ela rabiscamos
um no outro, nos outros
( edu planchêz )
segunda-feira, 21 de julho de 2014
Me queira vestido de dálias e hortências
Sempre estou cheio de tesão amor
Já q não tenho a fêmea amada,
esporro nas palavras, com as palavras
Se ficar calmo, não gesto esses poemas...
minhas punhetas se vertem em criação
Gostaria que aqui estivesse
Gostaria de olhar para você
Você para mim é a Deusa do Lago,
a que entregou Escalibur para Arthur
Fadinha,
preciso dormir do teu lado
( estou flágil )
um homem menininho
Me queira vestido de dálias e hortências,
menino por querer teu peito
O querer é Elis e Tom
Bates em peitos que não te compreende,
bata em meu peito e se verá nua,
completa, liberta das vozes asperas
( edu planchêz )
Caravelas e sêmem
rios
de fino leite nos tocam o rosto
e a pele do ventre,
e a pele do ventre,
escorrem pelos canteiros,
pelo peito, chegam aos pés,
pelo peito, chegam aos pés,
ao chão, aos cantos esmeraldas de Orfeu Negro
Aos cantos esmeraldas de Orfeu Negro
despejo o montante de corpos celestes
que colho com a ponta do meu olho de Osíris
Tenho a cabeça coberta com a mitra branca,
os braços espalmados sobre as nebulosas,
sobre as canções de exilio,
sobre você entre o sono e o estar acordada
O sol e a seca, o rio Nilo é o rei,
você, a rainha peixe vermelho dourado,
a certeira lança que rasga a água,
a minha água, a água dos rios submersos
nos pulmões do mar Egeu,
em tuas maõs cobertas de caravelas e sêmem
( edu planchêz )
Aos cantos esmeraldas de Orfeu Negro
despejo o montante de corpos celestes
que colho com a ponta do meu olho de Osíris
Tenho a cabeça coberta com a mitra branca,
os braços espalmados sobre as nebulosas,
sobre as canções de exilio,
sobre você entre o sono e o estar acordada
O sol e a seca, o rio Nilo é o rei,
você, a rainha peixe vermelho dourado,
a certeira lança que rasga a água,
a minha água, a água dos rios submersos
nos pulmões do mar Egeu,
em tuas maõs cobertas de caravelas e sêmem
( edu planchêz )
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Nas veias cheias de sangue
O Alto falante da lua crua de Goiania vaginal,
emerge no gelo quente trazido por Artaud
das colunas de areia que sustentam o mundo dos mundos
Criaturas nascidas nas roseas
flores do pessegueiro,
formam com seus corpos
de gracê de chocolate e tâmaras
uma montanha do tamanho sem tamanho,
que vai do céu dos quadrinhos a terra
das andorinhas
Morfeu põe sua coroa em minha cabeça
e na cabeça de Akira,
para que o vento da meia nos leve
para o abissal reino
regido pela canção
construída com os gravetos
levados pelas indomáveis correntes
O novo dormita dentro dos ossos,
nas veias cheias de sangue
( edu planchêz )
sábado, 12 de julho de 2014
AZUL-NOITE
"Azul-noite é a cor do céu,
o amarelo é a cor da terra",
no epicentro desses tons...
me encontro,
guerreiro de espada em punho,
pronto para o novo tocar,
para dizer ao que vim,
para arremeçar ao atuais
e aos vindouros,
os fios que uso para tecer as roupas.... que devemos rasgar
Carvão da terra,
andantes do destempo,
eu e meus companheiros
de estradar
A lua cheia se faz clara
nos adornos da atmosfera de julho,
a dor do crescimento comigo dança,
busco compreende-la
E é nesse céu que rabisco
o jardim que devo conhecer
nos meandros de meus meandros
Vou cortando os versos,
cortando os laços
por mim mesmo criados
com a espada do sutra de lótus,
com minha pequena grande voz
( edu planchêz )
sexta-feira, 11 de julho de 2014
O AR
O ar, minhas luvas,
a plumagem que adorna
meu util corpo
pelas primeiras horas da manhã
( edu planchêz )
terça-feira, 8 de julho de 2014
Na reta da gota
Na reta da gota, da chuva,
da estância em que me...encontro, sento de pernas cruzadas,
dedos entrelaçados...
as carnes das maçãs de meu rosto, devoram as carnes
das maçãs de meu rosto
Uma nova cena,
tingida com vidas,
com tintura de plantas,
de flores nascidas nos picos
das montanhas cravadas nas mentes
dos que estilhaçam as mentes
no gelido calor das fronteiras
Voltamos a gota,
ao fio d'água,
ao temporal que a noite ruidosa...
nos tras, noite essa que desaba sobre o horizonte,
nos panos da cama
( edu planchêz )
Levantar-se só
Levantar-se só,
cavar com as próprias mãos
locas em predras
de extrema solidez,
para ver a luz,
para tocar nos peixes
do presente e do futuro,
para abarcar com os pés
todos os cabos
que unem os oceanos aos céus
( edu planchêz)
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